Ontem andei citando o filme "PRISCILLA, A RAINHA DO DESERTO" e quero deixar bem claro aos possíveis leitores do blog, que não sou um cara mal-humorado, pelo contrário, adoro o filme. PRISCILLA é uma obra irreverente, divertida e visualmente fascinante, que conta a aventura de três drag queens pelos confins do deserto australiano.
Cansados da barra pesada de Sidney, os três amigos embarcam no seu ônibus de nome Priscilla e caem na farra. Estrelado por TERENCE STAMP, um ícone do cinema inglês dos anos 60, que deve ter se divertido muito durante as filmagens, HUGO WEAVING, o Mr. Smith de MATRIX e GUY PEARCE que trabalhou em AMNÉSIA, este sim um filme decepcionante, PRISCILLA ganhou o Oscar de Melhor Figurino de 1994 e até hoje é cultuado mundo à fora.
Portanto, se você ainda não assistiu e quiser conferir, "PRISCILLA, A RAINHA DO DESERTO" há algum tempo foi lançado em DVD e é fácilmente encontrável em qualquer locadora. Além disso, você pode arredar os móveis da sala e assistir ao filme dançando, pois a trilha sonora conta com Glória Gaynor e Alícia Bridges. Um arraso.
domingo, 15 de julho de 2007
sábado, 14 de julho de 2007
A VAIA É DEMOCRÁTICA
Como todo brasileiro que estava em casa nesta sexta-feira, assisti a abertura dos Jogos Pan-Americanos. E, como bem definiu o Reinaldo Azevedo, foi uma mistura de estilos: escolas de samba com o filme "Priscila , A Rainha do Deserto". Ainda assim a música foi muito boa e o desfile dos atletas, no início, uma bela inovação.
Para terminar e, novamente como todo brasileiro, não pude deixar de perceber dois destaques: a interpretação de Elza Soares para o nosso belíssimo Hino Nacional foi de arrepiar. A platéia presente, a princípio desconfiada, tentou cantar o hino no seu andamento natural, mas não resistiu a beleza da voz da grande Elza, terminou cantando junto no seu compasso. Foi um drible a maneira de Garrincha, no seu maior palco, o Maracanã. Elza Soares, um destaque positivo.
O destaque negativo fica, é claro, para as vaias ao presidente Lula, não que ele não mereça, pois seu governo tem se prestado a cada coisa que te conto...Mas esse constrangimento pode servir de alerta, de que algo deve ser feito, de que nem tudo está perfeito...Mesmo assim ficou feio, muito feio, nem a Globo conseguiu encobrir, apesar do Galvão Bueno ter tentado.
Como estávamos no Maracanã, depois de lembrar do Garrincha passo a bola para um tricolor de coração (Fluminense) , frequentador do estádio, jornalista, cronista e, por acaso, inventor do moderno teatro brasileiro, Nelson Rodrigues: "A VAIA É DEMOCRÁTICA, ELA NÃO POUPA NINGUÉM".
Para terminar e, novamente como todo brasileiro, não pude deixar de perceber dois destaques: a interpretação de Elza Soares para o nosso belíssimo Hino Nacional foi de arrepiar. A platéia presente, a princípio desconfiada, tentou cantar o hino no seu andamento natural, mas não resistiu a beleza da voz da grande Elza, terminou cantando junto no seu compasso. Foi um drible a maneira de Garrincha, no seu maior palco, o Maracanã. Elza Soares, um destaque positivo.
O destaque negativo fica, é claro, para as vaias ao presidente Lula, não que ele não mereça, pois seu governo tem se prestado a cada coisa que te conto...Mas esse constrangimento pode servir de alerta, de que algo deve ser feito, de que nem tudo está perfeito...Mesmo assim ficou feio, muito feio, nem a Globo conseguiu encobrir, apesar do Galvão Bueno ter tentado.
Como estávamos no Maracanã, depois de lembrar do Garrincha passo a bola para um tricolor de coração (Fluminense) , frequentador do estádio, jornalista, cronista e, por acaso, inventor do moderno teatro brasileiro, Nelson Rodrigues: "A VAIA É DEMOCRÁTICA, ELA NÃO POUPA NINGUÉM".
segunda-feira, 9 de julho de 2007
Há algum tempo venho acompanhando com atenção o desenvolvimento do cinema argentino. neste momento muito melhor do que o nosso, embora em menor quantidade. Na realidade, quantidade não significa qualidade, todos nós sabemos disso. Dentre os vários filmes do país vizinho que poderia ressaltar, algumas co-produções com a Espanha, resolvi escolher uma produção mais modesta, mas fascinante. Estou falando de CONVERSANDO COM MAMÃE, um filme maravilhoso, soberbo.
O enredo é simples, um executivo é demitido de sua empresa e, com a consequente queda na sua renda familiar (além da família também sustenta a sogra) resolve desalojar a mãe que mora em um apartamento de sua propriedade que pretende vender. É lógico que a velha senhora não aceita morar com o filho nem vender o ap. em que reside. Através dessa trama simples, a dupla mãe e filho, travam diálogos extraordinários que discutem a situação passada, presente e futura de sua pátria, tanto quanto de suas vidas. Só assistindo para poder comprovar a qualidade dessa película, sustentada por uma direção não segura, mas apoiada na atuação da dupla principal de atores, com destaque para a estupenda atriz uruguaia CHINA ZORRILA. Já havia reparado nela em outros dois filmes, ELZA E FRED (ótimo também) e um outro que não recordo o nome.
CHINA ZORRILA é uma veterana atriz oriunda do teatro uruguaio, magnífica no cinema, digna de receber o título, se já não tem, de Maior Atriz da América Latina. Segura em suas atuações, está sempre á vontade diante das câmeras, com uma naturalidade impressionante, difícil de encontrar até mesmo no cinema europeu. Por esse papel recebeu o prêmio de melhor atriz do festival de cinema de Moscou. Para quem gosta de colecionar filmes de qualidade, sua aquisição é uma pedida, ou, melhor ainda, um belo presente para as pessoas que amamos. Vale a pena, tanto comprar, como presentear, mas antes de tudo, é necessário assistí-lo. Para ficar de bem com a vida. Não esqueça CONVERSANDO COM MAMÃE está lá a sua espera. Vá correndo, pois vale a pena.
O enredo é simples, um executivo é demitido de sua empresa e, com a consequente queda na sua renda familiar (além da família também sustenta a sogra) resolve desalojar a mãe que mora em um apartamento de sua propriedade que pretende vender. É lógico que a velha senhora não aceita morar com o filho nem vender o ap. em que reside. Através dessa trama simples, a dupla mãe e filho, travam diálogos extraordinários que discutem a situação passada, presente e futura de sua pátria, tanto quanto de suas vidas. Só assistindo para poder comprovar a qualidade dessa película, sustentada por uma direção não segura, mas apoiada na atuação da dupla principal de atores, com destaque para a estupenda atriz uruguaia CHINA ZORRILA. Já havia reparado nela em outros dois filmes, ELZA E FRED (ótimo também) e um outro que não recordo o nome.
CHINA ZORRILA é uma veterana atriz oriunda do teatro uruguaio, magnífica no cinema, digna de receber o título, se já não tem, de Maior Atriz da América Latina. Segura em suas atuações, está sempre á vontade diante das câmeras, com uma naturalidade impressionante, difícil de encontrar até mesmo no cinema europeu. Por esse papel recebeu o prêmio de melhor atriz do festival de cinema de Moscou. Para quem gosta de colecionar filmes de qualidade, sua aquisição é uma pedida, ou, melhor ainda, um belo presente para as pessoas que amamos. Vale a pena, tanto comprar, como presentear, mas antes de tudo, é necessário assistí-lo. Para ficar de bem com a vida. Não esqueça CONVERSANDO COM MAMÃE está lá a sua espera. Vá correndo, pois vale a pena.
CINEMA EM CASA: 4 FILMES
Muito bem , conforme já falei no post anterior, nesse meu silêncio prolongado, andei assistindo alguns filmes em DVD. Vou falar de quatro deles, os que mais me interessaram, tanto positivamente, quanto, é claro, negativamente. Desculpem a redundância e vamos lá:
O primeiro foi O LABIRINTO DO FAUNO, premiado filme espanhol, precedido de ótimas críticas, ganhou, se não me falha a memória, dois Oscars técnicos. Este filme, altamente alegórico, conta a fuga imaginária de uma menina aos horrores da guerra, no caso, os últimos dias antes da vitória franquista na revolução espanhola. Muito bem realizado, O LABIRINTO DO FAUNO peca por sua mensagem, a velha mensagem maniqueísta da esquerda, exagerada neste filme, ou seja, nós somos os bons, no caso os "partisans" e os outros são os maus, os muiiiiito maus. Não que eu seja simpático aos franquistas, muito pelo contrário, mas o filme torna isso muito explícito, sem meio termo, sem espaço para ponderação, para reflexão. Quem quiser embarcar nisso tudo bem, só que eu não. Em tempo: Maribel Verdu continua lindíssima.
Na sequência continuamos com o Oscar. O ÚLTIMO REI DA ESCÓCIA mostrou o que todo mundo que gosta de cinema já sabe: Forrest Witaker é um grande ator. Muitas vezes relegado a pequenos papéis, neste filme ele está perfeito encarnando o ditador ugandense Idi Amin Dada. O ÚLTIMO REI DA ESCÓCIA está baseado na história verídica de um jovem médico que em busca de aventura vai parar na nossa mãe África, em um país que passava por mais um peíodo de turbulência e, por essas coisas do destino, cai nas graças do ditador...Sem muita exigência dá para assistir no conforto de sua poltrona preferida, mas o destaque mesmo é o grande ator norte-americano.
Agora, passamos ao terceiro filme que resolvi comentar e as coisas melhoram muito. Sempre gostei do cinema brasileiro. Até hoje, MACUNAÍMA é um dos meus preferidos. Nos últimos anos tenho andado meio decepcionado com a enorme safra de filmes nacionais. Alguns poucos tenho visto nas salas de cinema, mas a maioria assisto em casa. Claro que existem as raras e honrosas excessões, CENTRAL DO BRASIL e CIDADE DE DEUS são dois deles e acredito que O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS é outro deles. Um filme, no mínimo honesto, bem realizado, apesar de sua visível produção limitada.
O diretor Cao Hamburger volta ao tema da ditadura militar de uma maneira original, com uma visão mais particular daquela época negra de nosso país, muito bem recriada para o filme. Deixado as pressas em frente ao prédio onde reside o avô, em um bairro judeu e, na sequência, adotado por toda a comunidade judaica, os olhos de um menino nos mostram um momento de nossa história ainda envolta em brumas que, por iniciativas como as contadas neste belo filme, estão a se dissipar. Vale a pena ver. O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS tem uma coisa em comum com o filme que comentarei a seguir, um bom roteiro. Confira.
Volto mais tarde para completar essa sequência de comentários sobre os filmes que andei vendo.
O primeiro foi O LABIRINTO DO FAUNO, premiado filme espanhol, precedido de ótimas críticas, ganhou, se não me falha a memória, dois Oscars técnicos. Este filme, altamente alegórico, conta a fuga imaginária de uma menina aos horrores da guerra, no caso, os últimos dias antes da vitória franquista na revolução espanhola. Muito bem realizado, O LABIRINTO DO FAUNO peca por sua mensagem, a velha mensagem maniqueísta da esquerda, exagerada neste filme, ou seja, nós somos os bons, no caso os "partisans" e os outros são os maus, os muiiiiito maus. Não que eu seja simpático aos franquistas, muito pelo contrário, mas o filme torna isso muito explícito, sem meio termo, sem espaço para ponderação, para reflexão. Quem quiser embarcar nisso tudo bem, só que eu não. Em tempo: Maribel Verdu continua lindíssima.
Na sequência continuamos com o Oscar. O ÚLTIMO REI DA ESCÓCIA mostrou o que todo mundo que gosta de cinema já sabe: Forrest Witaker é um grande ator. Muitas vezes relegado a pequenos papéis, neste filme ele está perfeito encarnando o ditador ugandense Idi Amin Dada. O ÚLTIMO REI DA ESCÓCIA está baseado na história verídica de um jovem médico que em busca de aventura vai parar na nossa mãe África, em um país que passava por mais um peíodo de turbulência e, por essas coisas do destino, cai nas graças do ditador...Sem muita exigência dá para assistir no conforto de sua poltrona preferida, mas o destaque mesmo é o grande ator norte-americano.
Agora, passamos ao terceiro filme que resolvi comentar e as coisas melhoram muito. Sempre gostei do cinema brasileiro. Até hoje, MACUNAÍMA é um dos meus preferidos. Nos últimos anos tenho andado meio decepcionado com a enorme safra de filmes nacionais. Alguns poucos tenho visto nas salas de cinema, mas a maioria assisto em casa. Claro que existem as raras e honrosas excessões, CENTRAL DO BRASIL e CIDADE DE DEUS são dois deles e acredito que O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS é outro deles. Um filme, no mínimo honesto, bem realizado, apesar de sua visível produção limitada.
O diretor Cao Hamburger volta ao tema da ditadura militar de uma maneira original, com uma visão mais particular daquela época negra de nosso país, muito bem recriada para o filme. Deixado as pressas em frente ao prédio onde reside o avô, em um bairro judeu e, na sequência, adotado por toda a comunidade judaica, os olhos de um menino nos mostram um momento de nossa história ainda envolta em brumas que, por iniciativas como as contadas neste belo filme, estão a se dissipar. Vale a pena ver. O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS tem uma coisa em comum com o filme que comentarei a seguir, um bom roteiro. Confira.
Volto mais tarde para completar essa sequência de comentários sobre os filmes que andei vendo.
OLHAÍ, ESTOU DE VOLTA
Pois é, alguns amigos estão reclamando: "Cume´qui é, e o blog, cara? Abandonastes?".
Longe disso, pessoal, apenas sigo levando a vida e, como todo mundo sabe, não é fácil dar atenção exclusiva a apenas uma tarefa nestes tempos bicudos. Mas não fiquei parado, continuei lendo, escutando música, assistindo muitos DVDs, fazendo as minhas coisas e, lógico, relembrando, que como dizia o grande Mário Lago "... eu não sinto saudade, eu tenho é lembranças". Aliás, quando vejo alguém dizer que a palavra mais bonita da língua portuguesa é "saudade" fico meio puto da cara...Saudade significa perda, abandono e "lembrança", muito pelo contrário, está ligada a coisas positivas.
Na sequência falo sobre alguns filmes...
Longe disso, pessoal, apenas sigo levando a vida e, como todo mundo sabe, não é fácil dar atenção exclusiva a apenas uma tarefa nestes tempos bicudos. Mas não fiquei parado, continuei lendo, escutando música, assistindo muitos DVDs, fazendo as minhas coisas e, lógico, relembrando, que como dizia o grande Mário Lago "... eu não sinto saudade, eu tenho é lembranças". Aliás, quando vejo alguém dizer que a palavra mais bonita da língua portuguesa é "saudade" fico meio puto da cara...Saudade significa perda, abandono e "lembrança", muito pelo contrário, está ligada a coisas positivas.
Na sequência falo sobre alguns filmes...
Assinar:
Postagens (Atom)