sexta-feira, 7 de novembro de 2008

DÊ-ME ABRIGO (GIMME SHELTER)

Oh, uma tempestade está ameaçando
Minha própria vida hoje
Se eu não arrumar algum abrigo
Oh yeah, Vou esmorecer

Guerra, crianças, está a um tiro de distância
Está a um tiro de distância
Guerra, crianças, está a um tiro de distância
Está a um tiro de distância

Ooh, veja o fogo varrendo
A nossa rua hoje
Queima como um tapete vermelho de carvão
Touros enfurecidos que perderam sua direção

Guerra, crianças, está a um tiro de distância
Está a um tiro de distância
Guerra, crianças, está a um tiro de distância
Está a um tiro de distância

Estupro, assassinato!
Está a um tiro de distância
Está a um tiro de distância

Estupro, assassinato!
Está a um tiro de distância
Está a um tiro de distância

Estupro, assassinato!
Está a um tiro de distância
Está a um tiro de distância

A enchente está ameaçando
Minha própria vida hoje
Dê-me, dê-me abrigo
Ou vou esmorecer

Guerra, crianças, está a um tiro de distância
Está a um tiro de distância
Está a um tiro de distância
Está a um tiro de distância
Está a um tiro de distância
Eu lhe digo amor, irmã
Está apenas a um beijo de distância
Está apenas a um beijo de distância
Está apenas a um beijo de distância
Está apenas a um beijo de distância
Está apenas a um beijo de distância
Um beijo de distância, um beijo de distância.

Como diz a esfinge: DECIFRA-ME OU TE DEVORO...

OBAMA É POP

Conforme está sendo divulgado pela mídia, a formação cultural de Barack Obama é bem eclética. Advogado formado em Harvard, o presidente eleito dos EUA tem como filmes preferidos "O PODEROSO CHEFÃO 1 e 2", ambos de FRANCIS FORD COPOLLA. Seus atores preferidos são os clássicos SPENCER TRACY e HUMPHREY BOGART e as atrizes MERYL STREEP e SUSAN SARANDON.

Mas o que eu quero me ater é a UMA das músicas preferidas de Obama: "GIMME SHELTER" dos ROLLING STONES. Essa pérola do repertório da duradoura banda inglesa abre o álbum LET IT BLEED (Deixa Sangrar)de 1969, uma espécie de réplica ao LET IT BE (Deixa Estar)dos BEATLES. Este é o segundo de quatro obras-primas lançadas pelos STONES entre 1968 e 1972 (Beggar's Banquet, Let It Bleed, Sticky Fingers e Exile On Main Street). Era uma época de mudanças e Mick Taylor substituia Brian Jones. Aliás, na faixa GIMME SHELTER, o novo guitarrista NÃO toca, quem faz esse papel maravilhosamente é KEITH RICHARDS que estava numa fase ótima como guitar player.

Na próxima postagem publico a tradução de GIMME SHELTER, que talvez nos ajude a avaliar o que pensa Barack Obama. Lembro ainda que a poetisa e cantora PATTI SMITH lançou uma versão E-X-T-R-A-O-R-D-I-N-Á-R-I-A dessa música no seu novo CD "TWELVE".

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

DARFUR

Na listagem publicada na postagem anterior, uma das promessas de BARACK OBAMA me chamou a atenção. Ela estava relacionada a "matança em DARFUR". Lógico que fui a luta em busca de maiores explicações. Acho que é algo de interesse geral, portanto coloco aqui no blog:

"Darfur - A crise explicada

Alex de Waal*

A guerra na região de Darfur, no Sudão, deixa perplexos tanto especialistas em África quanto diplomatas experientes, de forma que não causa surpresa deixar confuso o público em geral. Este guia para o conflito responde dez perguntas simples.

1. Onde fica Darfur?

Darfur é a região mais a oeste do Sudão, o maior país da África. Ela se espalha pelo deserto do Saara, pelas savanas secas e florestas da África central. Ela é maior que a França, apesar de esparsamente povoada. A população de Darfur vive da terra, a cultivando durante a estação das chuvas (junho-setembro) e criando animais.

Darfur foi um sultanato independente de cerca de 1600 até 1916, quando foi integrado ao vizinho Sudão e se tornou o maior território a ser absorvido pelo império britânico. Após a independência do Sudão em 1956, Darfur foi negligenciado, com pouco desenvolvimento econômico.

2. Quem são os darfurianos?

Cerca de um terço da população de Darfur (cerca de 6,5 milhões no total) é composta de descendentes de árabes que migraram pelo Saara entre os séculos 14 e 18, se casando com os habitantes locais de forma que a maioria é fisicamente indistinguível de seus vizinhos não-árabes. Darfur também tem uma longa história de migração da África Ocidental.

Todos os darfurianos são muçulmanos e a maioria é seguidora da seita sufi Tijaniyya, originária do Marrocos.

3. Como o Sudão é governado?

Os governos pós-independência do Sudão (população atual de 40 milhões) foram todos dominados por uma elite de Cartum, a capital do país. A orientação árabe e islâmica desta elite provocou rebeliões no sul do Sudão entre a população não-árabe daquela região, a maioria cristãos e teístas. Os darfurianos também foram marginalizados pelos governos sudaneses, apesar de muitos fazerem parte do Exército.

Em 1989, um golpe militar levou o presidente Omer al Bashir ao poder, mas ele foi ofuscado por Hassan al Turabi, que buscou formar um Estado islâmico. A militância de Turabi exacerbou a guerra no sul cristão, provocou a hostilidade dos vizinhos do Sudão e levou a um isolamento internacional.

Falidos e exaustos, os islamitas começaram a brigar entre si em 1999 e Bashir prendeu Turabi. Determinado a manter o poder, Bashir buscou a paz no sul, assinando um "acordo de paz abrangente" com o Exército de Libertação do Povo Sudanês (SPLA), em janeiro de 2005. Enquanto isso, Darfur foi se tornando cada vez mais ingovernável. As armas eram abundantes, importadas de guerras civis no sul do Sudão e no Chade.

4. Por que a guerra começou?

Os primeiros confrontos armados em Darfur ocorreram em 1987, quando a milícia árabe chadiana - armada pela Líbia como parte da tentativa de Gaddafi de controlar o Chade - foi empurrada para Darfur pelas forças chadianas e francesas.

Em 1991, o SPLA tentou instigar uma rebelião em Darfur mas foi esmagado pelo exército sudanês e por uma milícia árabe. Novos confrontos ocorreram esporadicamente ao longo dos anos 90, provocados pelas disputas por terras e rebanhos. Em cada caso, enquanto os líderes locais tentavam promover conferências de paz intertribais, os serviços de segurança respondiam com táticas dividir-e-governar, geralmente armando a milícia árabe e tentando desarmar os grupos de defesa das aldeias. Em nenhum momento as causas por trás do descontentamento - a pobreza e marginalização de Darfur - foram tratadas.

5. Quem são os rebeldes darfurianos?

Em 2002, grupos de defesa da aldeia Fur começaram a se organizar e as unidades Zaghawa começaram a receber armas de seus parentes no exército chadiano (sem conhecimento do presidente). Com apoio do SPLA, eles formaram o Exército de Libertação do Sudão (SLA), promoveram ataques a guarnições do governo e publicaram um manifesto. Mas as alas Fur e Zaghawa do SLA fracassaram em cooperar. Enquanto o SLA de Abdel Wahid contava com grande apoio popular, a ala Zaghawa, liderada por Minni Minawi, era militarmente mais agressiva. Explorando a ausência de Abdel Wahid de Darfur - ele estava percorrendo o mundo para obter apoio- em novembro de 2005, Minawi convocou uma reunião e se elegeu presidente, criando uma divisão irreversível. Daí em diante, as duas alas começaram a enfrentar uma à outra assim como ao governo de Cartum.

Em março de 2003, os islamitas dissidentes recém derrubados do poder em Cartum criaram o Movimento Justiça e Igualdade (JEM) e se juntaram à rebelião do SLA. Menor e mais coeso que o SLA, o JEM se apóia na base de seu líder, Khalil Ibrahim, entre o clã Kobe de Zaghawa.

6. Quem são os janjaweed?

Os janjaweed originais dos anos 80 eram uma coalizão de milicianos árabes chadianos e um punhado de nômades árabes darfurianos. Por anos, estes milicianos foram tolerados e apoiados de forma intermitente por Cartum. Quando a insurreição do SLA ganhou força, o governo recorreu aos janjaweed como vanguarda de sua contra-insurreição.

Desafiando uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que exigia o desarmamento dos janjaweed, o governo absorveu um grande número de milicianos em seu exército e continua a empregá-los contra aldeões suspeitos de apoiarem os rebeldes.

7. É genocídio?

Em julho de 2004, os Estados Unidos iniciaram uma investigação sobre se as atrocidades em Darfur constituíam genocídio. A conclusão, anunciada pelo então secretário de Estado, Colin Powell, era que sim. Mas para desalento dos ativistas, Powell disse que isto não resultaria em nenhuma mudança na política americana. Em vez disso, ele encaminhou o assunto para o Conselho de Segurança da ONU, cujas investigações apontaram que ocorreram crimes de guerra e outras violações "tão hediondas quanto genocídio" em Darfur, mas que a acusação de genocídio era injustificada. O Conselho de Segurança encaminhou o assunto ao Tribunal Penal Internacional, que deverá emitir seus primeiros indiciamentos em breve.

Grandes organizações de direitos humanos e agências humanitárias se recusam a usar o termo "genocídio" em Darfur. A análise delas é de que Darfur não se trata de uma tentativa deliberada de exterminar um grupo, como no Holocausto e Ruanda, mas sim de crimes contra a humanidade cometidos ao longo de uma contra-insurreição.

8. Quem está protegendo os civis?

Após negociações na capital chadiana em abril de 2004, Cartum e os rebeldes concordaram em um cessar-fogo, que seria monitorado por uma equipe de observadores da União Africana (UA). O cessar-fogo foi violado por ambos os lados, o que tornou impossível a tarefa da Missão da União Africana no Sudão (Amis). A Amis foi ampliada para 7 mil soldados, mas suas operações foram atrapalhadas pela escassez de fundos e combustível -assim como pelo mandato fraco que não lhe permitia proteger todos os civis em risco.

A Casa Branca decidiu que a Amis deveria ser substituída por uma força de paz maior da ONU, com autoridade para uso de força. Nos últimos 18 meses, os esforços para impor esta força a um Sudão relutante consumiram grande parte das energias diplomáticas empregadas pelo Ocidente em Darfur. O presidente Omer al Bashir fincou o pé e rejeitou qualquer papel militar da ONU.

9. Por que as negociações de paz fracassaram?

A UA realizou sete rodadas de negociações de paz, culminando em uma sessão contínua de seis meses na capital nigeriana, de novembro de 2005 a maio de 2006. Sob severa pressão, especialmente dos Estados Unidos, Cartum e Minawi concordaram. O líder do JEM, Khalil Ibrahim, rejeitou o pacote de imediato. Abdel Wahid, que conta com o maior apoio em Darfur, também rejeitou. Após a assinatura do acordo, Minawi foi desertado pela maioria de seus comandantes.

10. O que precisa ser feito?

Desde maio passado, uma combinação de cinismo do governo e liderança errática dos rebeldes levou a um agravamento da crise em Darfur. A guerra se intensificou e agora é em parte uma guerra por procuração entre o Chade e o Sudão, com cada lado apoiando os rebeldes do outro. Uma reunificação dos rebeldes é necessária antes que qualquer negociação significativa possa ser realizada.

Uma solução política de Darfur está agora mais distante do que em qualquer momento desde que a guerra teve início. Esta complexidade frustrante não é motivo para outra solução rápida mal acabada: é motivo para tratar dos processos políticos complicados mais seriamente.

*Alex de Waal é diretor do Social Science Research Council, uma organização sem fins lucrativos com sede em Nova York."

O horror, o horror. Uma batata quente a desafiar a habilidade de negociação do novo governo a se instalar nos Estados Unidos. A promessa é de não intervenção. Sem armas,apenas diplomacia.

Promessas de OBAMA

O Francisco Valli, amigo de longa data, que não vejo a um bom tempo, enviou uma lista de promessas de campanha do novo presidente do EUA. Todas elas ligadas a assuntos globais. Vamos dar uma conferida:

"Reduzir as emissões de carbono dos EUA em até 80% até 2050 e ter um papel mais forte e positivo na negociação do tratado global que irá dar continuidade ao Protocolo de Quioto.

Retirar todas as tropas do Iraque dentro de 16 meses e não manter nenhuma base permanente no país.

Estabelecer uma meta clara para eliminar todo o armamento nuclear do planeta.

Fechar o presídio de Guantanamo.

Dobrar o apoio financeiro para reduzir pela metade a extrema pobreza até 2050 e contribuir para a luta contra o HIV/AIDS, a tuberculose e a malária.

Abrir um diálogo diplomático com países como o Irã e a Síria para buscar uma solução pacífica para tensões políticas.

Desmilitarizar o serviço norte-americano de inteligência para evitar o tipo de manipulação que gerou a guerra no Iraque.

Lançar um grande esforço diplomático para cessar a matança em Darfur.

Somente negociar novos tratados comerciais que contenham proteções trabalhistas e ambientais para os países envolvidos.

Investir US$ 150 bilhões nos próximos 10 anos em energias renováveis e colocar 1 milhão de carros elétricos nas ruas até 2015.

Fonte:Ricken Patel - Avaaz.org "

Agora é esperar. O mundo está a espera.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O MUNDO COMEMORA A ELEIÇÃO DE UM NOVO CÉSAR

Pois é, com a excessão de Reinaldo Azevedo, jornalista da Veja, o mundo todo festeja a vitória de BARACK OBAMA.

Acredito que muito mais importante do que o novo presidente americano possa fazer e que certamente não será uma revolução, estamos livres de George Bush e sua corja armamentista.

Essa vitória nos leva a várias leituras. Em Israel, por exemplo, John McCain foi o mais votado. É a resistência a mudança que, teoricamente, parece pender um pouco em direção a causa Palestina.

A alegria nas pessoas de toda parte é um bom sinal. Nem tudo está perdido para um entendimento em busca de Paz e desenvolvimento para todos os povos. É isso que todos nós queremos. Vamos esperar para ver.

Parabéns OBAMA.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Roma elege o próximo César

São 21:45 min. A eleição nos EUA ainda não terminou. Os norte-americanos compareceram às urnas como nunca em sua história. Certamente é o fator OBAMA. As pessoas esperam horas para votar.

Enquanto isso, Lula vai a Cuba, visita o morto-vivo e convida Raúl Castro para visitar o Brasil.

O que vi de mais interessante sobre as eleições americanas foi o depoimento de uma eleitora, que disse mais o menos o seguinte:"Venho de um país comunista, não me importo de ficar horas na fila para votar". Era uma cubana.

Lula e Bush ainda não tem muito em comum, mas certamente um dia terão...

Postagens

Agradeço as postagens do Góia, André, professor Evandro e do Joel Macedo.
Ao pessoal que escreve para o meu e-mail, respondo, quase com certeza, que para postar comentários é necessário ter uma conta no (do?)Google. Será que é isso mesmo? Se alguém souber por favor dê uma ajuda.

Agora também posso me comunicar pelo MSN. meu novo e-mail é:

paulo.potiguara@hotmail.com

Um abraço

domingo, 2 de novembro de 2008

NÃO LI, MAS JÁ GOSTEI

Sou um inimigo do autoritarismo, da intolerância. Desde cedo me posicionei contra a ditadura militar brasileira. Tenho orgulho disso. Minha consciência política começou a ser forjada com 15, 16 anos, lendo a imprensa alternativa doa anos 70, principalmente O PASQUIM. Era como se fosse um deles.

O drama dos exilados políticos me tocou profundamente com a campanha em favor da libertação de FLÁVIA SCHILLING, baleada e presa no Uruguai. Fiquei profundamente comovido com sua libertação. Um pouco tempo depois aconteceu o sequestro de LÍLIAN CELIBERTI e UNIVERSINDO DIAZ. É o que trata o livro OPERAÇÃO CONDOR O SEQUESTRO DOS URUGUAIOS: UMA REPORTAGEM DOS TEMPOS DA DITADURA (L&PM, 472 PÁGINAS, R4 49), do jornalista LUIZ CLÁUDIO CUNHA.

Agora, 30 anos depois, o jornalista parte para o resgate de uma dívida com os leitores, pois nem tudo pode ser dito naquela época negra da história brasileira. Mais não posso escrever pois ainda não lí o livro, mas certamente dentro de alguns dias providenciarei na sua compra. Mesmo assim recomendo de olhos fechados pois LUIZ CLÁUDIO, na época funcionário da revista VEJA, demonstrou, além de muita coragem, talento e um faro jornalístico extraordinário.