quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Prêmio Nobel: leia nas entrelinhas

O mundo civilizado está de olho.

A maior prova disso foram a entrega do Nobel de Literatura para Vargas Lhosa e o da Paz para um prisioneiro político chinês.

O notável escritor Vargas Lhosa é um declarado inimigo do totalitarismo aonde quer que ele se manifeste. Apoiador da revolução cubana, desde 1971 manifestou-se contrário aos descaminhos efetuados por Fidel e seus asseclas. É um defensor intransigente dos Direitos Humanos e da liberdade de opinião. Sua obra literária é plena de denúncias das arbitrariedades cometidas por governantes latinoamericanos.
Prêmio mais que merecido.

Quanto ao Nobel da Paz, muita gente acreditava que quem levaria essa horaria seria Lulla. O fato do jornal francês Le Monde ter escolhido o presidente brasileiro para, se não me falha a memória, "Homem do Ano", entusiasmou o círculo íntimo que ronda o Palácio do Planalto, em Brasília. É importante salientar que Lulla foi lançado ao Nobel da Paz em junho deste ano pelo ex-senador Aloísio Mercadante, o homem que revogou o irrevogável.

Quem recebeu essa honraria foi Liu Xiaobo, um intelectual de respeito que esteve presente, entre outros atos políticos, nas manifestações pela democracia na Praça da Paz Celestial, onde ocorreu o famoso massacre. Liu Xiaobo está preso, condenado a onze anos de prisão. Encontra-se incomunicável e só recebe a visita de sua esposa uma vez por mês, que por sinal agora está em prisão domiciliar.

As pessoas civilizadas de todo o mundo, intelectuais de respeito, cientistas, professores, jornalistas, ambientalistas, pesquisadores de todas as áreas e políticos, entre outros, ligados a países que contam com o regime democrático consolidado, através do Nobel, deixaram seu recado. O chápéu serviu claramente em Lulla que flertou abertamente com o pior que existe no mundo. Terroristas, narcotraficantes, ditadores da pior espécie, regimes que pregam a intolerância e o desrespeito a pessoa humana foram tratados com benevolência pela política externa e interna brasileira.

O resultado está aí.

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