Entre altos e baixos, o presidente Lulla, meio que contra a vontade, consolidou o capitalismo no Brasil e por isso os pobres tiveram um acréscimo na sua renda, sobrando para os ricos a grande fatia do bolo. Nunca ganharam tanto como agora, debaixo do manto de Lulla.
Resta para todos nós gritar um VIVA A DEMOCRACIA, que nos permite dar um adeus a um presidente que transfere o poder sem maiores traumas e que a nova presidenta, DILMA ROUSSEF, saiba respeitar as liberdades individuais, o direito de dizer não e a liberdade de imprensa, fundamentais em qualquer democracia.
Como brasileiro, desejo um grande governo a presidenta Dilma e que não se deixe seduzir pelos vícios do seu partido.
É isso aí.
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
domingo, 21 de novembro de 2010
BLANC x GUARABIRA
Andou rolando uma polêmica entre o letrista Aldir Blanc e o compositor Gutemberg Guarabira. Blanc disse que quem votasse contra Dilma estaria votando nos torturadores do regime militar.
Agora já sei por que a parceria do letrista com João Bosco não foi adiante.
Agora já sei por que a parceria do letrista com João Bosco não foi adiante.
terça-feira, 2 de novembro de 2010
terça-feira, 26 de outubro de 2010
ASSIS BRASIL e a PALMARTE
Leio na Zero Hora que Luís Antônio de Assis Brasil será o novo secretário de Cultura do RS.
Gostaria de saber se a nomeação do escritor esta na cota pessoal do governador ou se foi indicado pelo PP? Já explico a razão dessa pergunta.
Para quemm não sabe, a PALMARTE foi um movimento artístico que trouxe muita luz a Santa Vitória nos anos de 1979, 1980 e 1983. Além de sua contribuição ao marasmo cultural que se vivia na época, a PALMARTE significou também a resistência a ditadura militar. Um belo exemplo disso foi o debate realizado na sua primeira edição sobre a Maré Vermelha, com uma conclusão totalmente diferente da oficial divulgada pela imprensa. Entre tantos talentos que mostraram seus trabalhos, podemos citar HAMILTON KOELHO ainda em busca de um norte na sua obra, mas já convicto do que queria e um imberbe VÍTOR RAMIL dedilhando seus primeiros versos no violão.
Em 1983, como alguns espaços foram fechados, saímos em busca de apoio para a realização de sua terceira edição. Nessa maratona viajei a Porto Alegre e, junto com a Paula Vasquez, visitamos o diretor de Cultura do governo Jair Soares, que era...advinhem quem? Ele mesmo, Luis Antonio de Assis Brasil. Muito educado, não nos deu muita atenção e logo fomos embora. De parte do governo do estado não conseguimos apoio nenhum mas, mesmo assim, realizamos a nossa última PALMARTE. O resto é História.
Concluindo, acredito que entre tantos equívocos, o governo de Yeda Crusius cometeu um que é imperdoável, que foi nomear Mônica Leal como secretária de Cultura que, além do seu despreparo para essa área, era filha de um dos maiores representantes da ditadura, Pedro Américo Leal, que quando ouvia falar em cultura ameaçava puxar o revólver. Em relação a Jair Soares, ele foi eleito na primeira eleição para governador aqui no RS, derrotando por 21.000 votos Pedro Simon. Seu partido era o PDS, que sucedeu a ARENA e hoje é conhecido como PP.
Espero que o novo secretário de Cultura do estado tenha a porta de seu gabinete sempre aberta para os novos valores que possam surgir aqui entre nós. Quem sabe dessa vez ele não possa dar um estímulo a um novo VÍTOR RAMIL?
Gostaria de saber se a nomeação do escritor esta na cota pessoal do governador ou se foi indicado pelo PP? Já explico a razão dessa pergunta.
Para quemm não sabe, a PALMARTE foi um movimento artístico que trouxe muita luz a Santa Vitória nos anos de 1979, 1980 e 1983. Além de sua contribuição ao marasmo cultural que se vivia na época, a PALMARTE significou também a resistência a ditadura militar. Um belo exemplo disso foi o debate realizado na sua primeira edição sobre a Maré Vermelha, com uma conclusão totalmente diferente da oficial divulgada pela imprensa. Entre tantos talentos que mostraram seus trabalhos, podemos citar HAMILTON KOELHO ainda em busca de um norte na sua obra, mas já convicto do que queria e um imberbe VÍTOR RAMIL dedilhando seus primeiros versos no violão.
Em 1983, como alguns espaços foram fechados, saímos em busca de apoio para a realização de sua terceira edição. Nessa maratona viajei a Porto Alegre e, junto com a Paula Vasquez, visitamos o diretor de Cultura do governo Jair Soares, que era...advinhem quem? Ele mesmo, Luis Antonio de Assis Brasil. Muito educado, não nos deu muita atenção e logo fomos embora. De parte do governo do estado não conseguimos apoio nenhum mas, mesmo assim, realizamos a nossa última PALMARTE. O resto é História.
Concluindo, acredito que entre tantos equívocos, o governo de Yeda Crusius cometeu um que é imperdoável, que foi nomear Mônica Leal como secretária de Cultura que, além do seu despreparo para essa área, era filha de um dos maiores representantes da ditadura, Pedro Américo Leal, que quando ouvia falar em cultura ameaçava puxar o revólver. Em relação a Jair Soares, ele foi eleito na primeira eleição para governador aqui no RS, derrotando por 21.000 votos Pedro Simon. Seu partido era o PDS, que sucedeu a ARENA e hoje é conhecido como PP.
Espero que o novo secretário de Cultura do estado tenha a porta de seu gabinete sempre aberta para os novos valores que possam surgir aqui entre nós. Quem sabe dessa vez ele não possa dar um estímulo a um novo VÍTOR RAMIL?
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Prêmio Nobel: leia nas entrelinhas
O mundo civilizado está de olho.
A maior prova disso foram a entrega do Nobel de Literatura para Vargas Lhosa e o da Paz para um prisioneiro político chinês.
O notável escritor Vargas Lhosa é um declarado inimigo do totalitarismo aonde quer que ele se manifeste. Apoiador da revolução cubana, desde 1971 manifestou-se contrário aos descaminhos efetuados por Fidel e seus asseclas. É um defensor intransigente dos Direitos Humanos e da liberdade de opinião. Sua obra literária é plena de denúncias das arbitrariedades cometidas por governantes latinoamericanos.
Prêmio mais que merecido.
Quanto ao Nobel da Paz, muita gente acreditava que quem levaria essa horaria seria Lulla. O fato do jornal francês Le Monde ter escolhido o presidente brasileiro para, se não me falha a memória, "Homem do Ano", entusiasmou o círculo íntimo que ronda o Palácio do Planalto, em Brasília. É importante salientar que Lulla foi lançado ao Nobel da Paz em junho deste ano pelo ex-senador Aloísio Mercadante, o homem que revogou o irrevogável.
Quem recebeu essa honraria foi Liu Xiaobo, um intelectual de respeito que esteve presente, entre outros atos políticos, nas manifestações pela democracia na Praça da Paz Celestial, onde ocorreu o famoso massacre. Liu Xiaobo está preso, condenado a onze anos de prisão. Encontra-se incomunicável e só recebe a visita de sua esposa uma vez por mês, que por sinal agora está em prisão domiciliar.
As pessoas civilizadas de todo o mundo, intelectuais de respeito, cientistas, professores, jornalistas, ambientalistas, pesquisadores de todas as áreas e políticos, entre outros, ligados a países que contam com o regime democrático consolidado, através do Nobel, deixaram seu recado. O chápéu serviu claramente em Lulla que flertou abertamente com o pior que existe no mundo. Terroristas, narcotraficantes, ditadores da pior espécie, regimes que pregam a intolerância e o desrespeito a pessoa humana foram tratados com benevolência pela política externa e interna brasileira.
O resultado está aí.
A maior prova disso foram a entrega do Nobel de Literatura para Vargas Lhosa e o da Paz para um prisioneiro político chinês.
O notável escritor Vargas Lhosa é um declarado inimigo do totalitarismo aonde quer que ele se manifeste. Apoiador da revolução cubana, desde 1971 manifestou-se contrário aos descaminhos efetuados por Fidel e seus asseclas. É um defensor intransigente dos Direitos Humanos e da liberdade de opinião. Sua obra literária é plena de denúncias das arbitrariedades cometidas por governantes latinoamericanos.
Prêmio mais que merecido.
Quanto ao Nobel da Paz, muita gente acreditava que quem levaria essa horaria seria Lulla. O fato do jornal francês Le Monde ter escolhido o presidente brasileiro para, se não me falha a memória, "Homem do Ano", entusiasmou o círculo íntimo que ronda o Palácio do Planalto, em Brasília. É importante salientar que Lulla foi lançado ao Nobel da Paz em junho deste ano pelo ex-senador Aloísio Mercadante, o homem que revogou o irrevogável.
Quem recebeu essa honraria foi Liu Xiaobo, um intelectual de respeito que esteve presente, entre outros atos políticos, nas manifestações pela democracia na Praça da Paz Celestial, onde ocorreu o famoso massacre. Liu Xiaobo está preso, condenado a onze anos de prisão. Encontra-se incomunicável e só recebe a visita de sua esposa uma vez por mês, que por sinal agora está em prisão domiciliar.
As pessoas civilizadas de todo o mundo, intelectuais de respeito, cientistas, professores, jornalistas, ambientalistas, pesquisadores de todas as áreas e políticos, entre outros, ligados a países que contam com o regime democrático consolidado, através do Nobel, deixaram seu recado. O chápéu serviu claramente em Lulla que flertou abertamente com o pior que existe no mundo. Terroristas, narcotraficantes, ditadores da pior espécie, regimes que pregam a intolerância e o desrespeito a pessoa humana foram tratados com benevolência pela política externa e interna brasileira.
O resultado está aí.
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Paris: era agora ou nunca
A partir de hoje vou relatar aqui no blog um pouco das "aventuras" que eu e a Carla vivemos em Paris. Era agora ou nunca. Desde 2006 estávamos com essa viagem programada. Com o falecimento de minha mãe e retorno para Santa Vitória ela ficou em standby. Foi uma viagem de primeiras vezes.
Sempre achei que voar era com os pássaros. Pela primeira vez íamos voar. Sem nenhum receio saímos de avião de Porto Alegre a São Paulo e depois para a capital da França. Meu maior problema sempre foi a comunicação em terras estrangeiras. Felizmente, com algumas travadas, tudo foi resolvido da melhor maneira, ou seja, português, espanhol, bonjour, merci e muita mímica resolveram nossos problemas. Aliados, é claro, aos encontros casuais com brasileiros e portugueses que vivem ou moram por lá, sem esquecer a ajuda inestimável da nossa grande amiga Carlise e a visita providencial da Aline, que está conhecendo a Europa com a cara e a coragem de uma guerreira.
Escrevi um diário que vai servir de guia para essas postagens.
Quem viver, lerá.
Sempre achei que voar era com os pássaros. Pela primeira vez íamos voar. Sem nenhum receio saímos de avião de Porto Alegre a São Paulo e depois para a capital da França. Meu maior problema sempre foi a comunicação em terras estrangeiras. Felizmente, com algumas travadas, tudo foi resolvido da melhor maneira, ou seja, português, espanhol, bonjour, merci e muita mímica resolveram nossos problemas. Aliados, é claro, aos encontros casuais com brasileiros e portugueses que vivem ou moram por lá, sem esquecer a ajuda inestimável da nossa grande amiga Carlise e a visita providencial da Aline, que está conhecendo a Europa com a cara e a coragem de uma guerreira.
Escrevi um diário que vai servir de guia para essas postagens.
Quem viver, lerá.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
LEMINSKI E AS CIGARRAS DO HERMENEGILDO
Inspirado na biografia do Paulo Leminski e no maravilhoso verão de 2010, escrevi a crõnica que voces podem conferir a seguir:
"Não canso de repetir: não gosto dos revolucionários. Geralmente trazem sangue inocente em suas mãos. Por outro lado, sou apaixonado pelos rebeldes, aqueles inquietos, que suam de prazer e emoção, que não se conformam e transpiram mesmo no mais alto inverno. Paulo Leminski era um desses.
Poeta curitibano, filho dileto do concretismo e da contracultura, creio que até hoje não teve o seu valor reconhecido pela rançosa crítica literária brasileira. Não foi à toa que, no auge do Tropicalismo, recebeu mais de uma vez a visita da Caetano Veloso e Gilberto Gil, para ficar nos mais famosos. Em sua contida poesia, estão contidos (desculpem a redundância) desde Ezra Pound até Osvald de Andrade, culminando nos haicais, a poesia japonesa em sua essência. Não se resumiu só a isso. Foi professor, publicitário, letrista de MPB e o que lhe desse na telha. Extremamente bem informado, falava várias línguas, entre elas, o grego e o latim. Paulo Leminski foi um gênio que soube trabalhar a sua língua pátria como poucos. Querem um exemplo? Pois bem, aí está:
“Haja hoje para tanto ontem.”
Outro? Por menor que seja?
“Tudo dito/nada feito/ fito e deito.”
Isso é o mínimo. O poeta foi ainda autor de frases que dizem muito em pouco espaço: “o concretismo é uma pedra no caminho da poesia brasileira”. Querem mais Leminski? Comprem seus livros. Procurem saber mais sobre ele, a internet está aí para isso. Eu continuo com esta crônica de verão.
As cigarras, segundo informa a internet (olha ela aí de novo), passam a maior parte do ano quietinhas no solo, alimentando-se da seiva das raízes das plantas. Só quando o clima esquenta e começam a cair as primeiras chuvas de verão, é que elas saem de seu esconderijo debaixo da terra...” Sabem para quê? Para AMAR! Para perpetuar a sua espécie e para nos inebriar com o seu canto.
E o que tem a ver o Hermenegildo com isso tudo? É bom lembrar que, antes de ser a “maior praia do mundo”, como querem muitos, ou o “mar da tranqüilidade” como ainda sonham poucos, ou outro rótulo qualquer, esta praia é um estado de espírito. Um lugar telúrico situado entre o coração e a memória daqueles que amam as coisas simples e belas que a natureza oferece. São momentos mágicos que a natureza nos oferta em sua imensa generosidade. Isso aconteceu novamente comigo. Lá no Hermenegildo.
Neste último domingo acordei tarde. Estava sozinho. Dei uma volta pela beira da praia. Almocei e sentei na frente da casa para continuar lendo a biografia de Paulo Leminski. Era possível ver o mar e ao mesmo tempo sentir uma leve brisa que ajudava a amainar o enorme calor das 13:00 horas . Perfeito para cochilar, mas preferi ler esse fascinante livro escrito por Toninho Vaz. Suas páginas dizem muito e a abstração foi total. Apenas eu e o livro.
E foi aí que me deu um estalo. Não enxergava ninguém na rua. Nenhum banhista atrasado ou adiantado. O calor era sufocante e aquele zumbido inebriante. Foi como uma revelação. Quando percebi estava rodeado de cigarras, dezenas delas, centenas até. Elas cantando, saudando o ato de viver e eu ali, embasbacado, arrepiado de emoção, não acreditava que isso estivesse ocorrendo comigo. Um momento único, raro, em minha vida. Um presente dos deuses, uma oferta de Deus. Tinha de dividir esse “instante profundo”, como bem disse Violeta Parra e liguei para o Zorro, primo e amigo. Acho que só ele para perceber o que eu estava sentindo. Entre risadas e citações, lembrou Antonin Artaud. Portanto, segui no meu delírio, e foi fácil de concluir que não só ali, mas por todo o Hemenegildo, voavam e cantavam milhares de... FADAS.
Obrigado Leminski!"
"Não canso de repetir: não gosto dos revolucionários. Geralmente trazem sangue inocente em suas mãos. Por outro lado, sou apaixonado pelos rebeldes, aqueles inquietos, que suam de prazer e emoção, que não se conformam e transpiram mesmo no mais alto inverno. Paulo Leminski era um desses.
Poeta curitibano, filho dileto do concretismo e da contracultura, creio que até hoje não teve o seu valor reconhecido pela rançosa crítica literária brasileira. Não foi à toa que, no auge do Tropicalismo, recebeu mais de uma vez a visita da Caetano Veloso e Gilberto Gil, para ficar nos mais famosos. Em sua contida poesia, estão contidos (desculpem a redundância) desde Ezra Pound até Osvald de Andrade, culminando nos haicais, a poesia japonesa em sua essência. Não se resumiu só a isso. Foi professor, publicitário, letrista de MPB e o que lhe desse na telha. Extremamente bem informado, falava várias línguas, entre elas, o grego e o latim. Paulo Leminski foi um gênio que soube trabalhar a sua língua pátria como poucos. Querem um exemplo? Pois bem, aí está:
“Haja hoje para tanto ontem.”
Outro? Por menor que seja?
“Tudo dito/nada feito/ fito e deito.”
Isso é o mínimo. O poeta foi ainda autor de frases que dizem muito em pouco espaço: “o concretismo é uma pedra no caminho da poesia brasileira”. Querem mais Leminski? Comprem seus livros. Procurem saber mais sobre ele, a internet está aí para isso. Eu continuo com esta crônica de verão.
As cigarras, segundo informa a internet (olha ela aí de novo), passam a maior parte do ano quietinhas no solo, alimentando-se da seiva das raízes das plantas. Só quando o clima esquenta e começam a cair as primeiras chuvas de verão, é que elas saem de seu esconderijo debaixo da terra...” Sabem para quê? Para AMAR! Para perpetuar a sua espécie e para nos inebriar com o seu canto.
E o que tem a ver o Hermenegildo com isso tudo? É bom lembrar que, antes de ser a “maior praia do mundo”, como querem muitos, ou o “mar da tranqüilidade” como ainda sonham poucos, ou outro rótulo qualquer, esta praia é um estado de espírito. Um lugar telúrico situado entre o coração e a memória daqueles que amam as coisas simples e belas que a natureza oferece. São momentos mágicos que a natureza nos oferta em sua imensa generosidade. Isso aconteceu novamente comigo. Lá no Hermenegildo.
Neste último domingo acordei tarde. Estava sozinho. Dei uma volta pela beira da praia. Almocei e sentei na frente da casa para continuar lendo a biografia de Paulo Leminski. Era possível ver o mar e ao mesmo tempo sentir uma leve brisa que ajudava a amainar o enorme calor das 13:00 horas . Perfeito para cochilar, mas preferi ler esse fascinante livro escrito por Toninho Vaz. Suas páginas dizem muito e a abstração foi total. Apenas eu e o livro.
E foi aí que me deu um estalo. Não enxergava ninguém na rua. Nenhum banhista atrasado ou adiantado. O calor era sufocante e aquele zumbido inebriante. Foi como uma revelação. Quando percebi estava rodeado de cigarras, dezenas delas, centenas até. Elas cantando, saudando o ato de viver e eu ali, embasbacado, arrepiado de emoção, não acreditava que isso estivesse ocorrendo comigo. Um momento único, raro, em minha vida. Um presente dos deuses, uma oferta de Deus. Tinha de dividir esse “instante profundo”, como bem disse Violeta Parra e liguei para o Zorro, primo e amigo. Acho que só ele para perceber o que eu estava sentindo. Entre risadas e citações, lembrou Antonin Artaud. Portanto, segui no meu delírio, e foi fácil de concluir que não só ali, mas por todo o Hemenegildo, voavam e cantavam milhares de... FADAS.
Obrigado Leminski!"
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