segunda-feira, 26 de novembro de 2007

ANDY WARHOL, DIÁRIOS

Com alguns anos (muitos) de atraso estou lendo os DIÁRIOS DE ANDY WARHOL, edição de PAT HACKETT, publicado pela L&PM. Todos conhecem a importância desse artista plástico no cenário da POP ART. Alguns dizem que ele foi o inventor desse movimento dentro da arte moderna. Sua importância também pode ser avaliada pela criação do grupo VELVET UNDERGROUND e ainda pelas suas experiências com atividades cinematográficas de vanguarda. Tudo isso lá nos anos 60.

Bem, seu diário abrange um outro período, cobrindo desde o final de 1976 até o início de 1987. É um livro prazeroso de se ler. Não tanto pelo festival de futilidades ali apresentado, mas pelo painel traçado pelos ricos e famosos que frequentavam uma interminável seqüência de festas, boates, shows e viagens. Podemos conhecer a intimidade e o pensamento do próprio WARHOL, de seus amigos e conhecidos como MARTIN SCORCESE, PELÉ, ROBERT DE NIRO, MICK JAGGER, BIANCA JAGGER, JACKIE O. , LIZ TAYLOR e tantos outros. Na verdade uma infinidade de pessoas que iam de um lado a outro, ou seja, das boates tipo REGINE'S (já decadente) para o ESTÚDIO 54, passando por restaurantes, bares, que uniam todo o tipo de pessoas.

Ainda não avancei muito na leitura, mas já é possível ver o relacionamento desse pessoal tanto com o governo NIXON (HENRY KISSINGER é bastante citado no livro) que havia caído de podre alguns (poucos) anos antes, como com o governo de JIMMY CARTER. Típico. Parece um certo país que eu conheço. Cabe salientar que sou um admirador do presidente democrata. E, o mais interessante, é a presença constante de membros da família real do IRÃ, em vernissages e nas festas e boates que citei anteriormente. Desde a imperatriz, esposa do XÁ REZA PALEVI, filhos, diplomatas e agregados, comprando obras de WARHOL e outros artistas do cenário novaiorquino. A REVOLUÇÃO ISLÂMICA deve ter acontecido também por causa disso, uma OCIDENTALIZAÇÃO forçada de um país com uma tradição milenar totalmente oposta a esses valores mundanos. Acredito que essa relação possibilitou que o pintor conhecesse não só os países da EUROPA, receptíveis a sua arte, mas também vários países do ORIENTE, como a ARÁBIA SAUDITA.

Admiro e respeito ANDY WARHOL, seu trabalho é muito importante, afinal transformou a imagem de uma lata de sopa em ARTE, o que não é pouco. Suas capas dos discos dos ROLLING STONES são geniais e as imagens de MARILYN MONROE, PELÉ e tantas outras obras instigantes também o são mas, do que li, posso concluir que o artista era portador de uma personalidade tímida e insegura, com um sentimento de culpa muito grande por sua homossexualidade e o uso de drogas. Isso de maneira nenhuma o diminui, talvez essa dualidade é que o tenha feito criar e trabalhar tanto. ANDY WARHOL pode não ter sido um rebelde, nem um revolucionário mas foi, sem sombra de dúvida um homem que deixou sua marca para a posteridade.

Um comentário:

Unknown disse...

eu comprei por 35 esse livro. Deixo no banheiro e leio sem commpromisso d qq pág. Os diários são como o twitter d hj em dia, coisas passageiras de rotina com um significado prático, mas revelador.