sexta-feira, 2 de novembro de 2007

OUTRA DO VINÍCIUS

Essa quem contou foi o neto de PEDRO NAVA, mineiro, médico e memorialista, autor de BAÚ DE OSSOS. Pois, contava ele, que seu avô tinha o hábito de escrever suas memórias, noite à dentro, pela dificuldade de dormir, ou seja, sofria de insônia e também por não gostar de ser interrompido em seu 2º ofício.

PEDRO NAVA era solteiro e vivia acompanhado, há muitos anos, por uma senhora que cuidava da casa, uma espécie de faz tudo. Uma bela madrugada, lá pelas quatro da manhã, é interrompido em sua tarefa de escritor por essa governanta, com o seguinte argumento: "Olha, desculpe incomodar, mas tem uma velhinha lá embaixo, insistindo que precisa falar com o senhor".

Relutante, mas como médico e bom mineiro, desce as escadas e dá de cara com quem? Ele mesmo, VINÍCIUS DE MORAES! Com um violão debaixo do braço, num porre "de juntar guri na volta" e, ainda por cima, chorando! Justificativa do POETA: "PEDRINHO, que saudade. Há quanto tempo, meu querido? Estava em casa, sózinho, triste, me lembrei da tua insônia e resolvi vir tocar violão para você!"

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