sábado, 2 de junho de 2007

NADA SERÁ COMO ANTES

O último livro da editora Senac que vou comentar é o NADA SERÁ COMO ANTES da jornalista Ana Maria Bahiana, de quem sou fã confesso há muito tempo. A Aninha, como gritava o Zeca Jagger na redação da Rolling Stone brasileira, neste livro traça um panorama do que estava acontecendo de novo, de interessante, naquele período. Estão no livro matérias de e sobre Samba, MPB, Rock, com Chico, Caetano, Gil, Cartola, Milton, Raul Seixas, Rita Lee, Walter Franco, Hermeto Paschoal, Egberto Gismonti, etc... O período coberto pelos escritos da jornalista cobrem a malfadada década de 70 e não estão restritos apenas a comentários sobre os artista citados mas também tentam decifrar os festivais de música, situação das gravadoras e muito mais. Foram originalmente publicados em jornalões, jornais alternativos, revistas e alguns textos censurados e esquecidos também estão no livro.
Um dos destaques, na minha opinião, é o texto dedicado a Cartola, iniciado com a referência MESTRE. Um trechinho para deixar babando quem quiser adquirir o livro: "O caminho não é claro, mestre? Não sei se é muita loucura minha, mas costumo sempre pensar que há uma longa e límpida linha de reencarnações mágicas que parte da África e começa em Xangô e, entre outros avatares, inclui, em transmissão direta, Robert Johnson, Geraldo Pereira, Jimi Hendrix, Ismael Silva, Nélson Cavaquinho, Gilberto Gil e Paulinho da Viola. além de você, Mestre. Se não for verdadeira, pelo menos é uma verdade poética: a linhagem está aí, tão nítida, e esse sopro luminoso que varre as Américas tem sempre os mesmos rostos, as mesmas vozes. Essas vozes de mel e estanho, esses olhos da noite, esses rostos de mistério, dor, prazer e sabedoria.O seu rosto, mestre". Puta merda, que maravilha, é de chorar de tão bonito. Como diria um amigo, é por isso que eu bebo. Parabéns, bela Bahiana.
Eu fico por aqui. Tchau.

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